'Eu não tinha intenção nenhuma de atingir o Anderson. O plano era matar a Marielle', diz Lessa no STF

  • 29/08/2024
(Foto: Reprodução)
Assassino confesso da vereadora do PSOL reconhece que usou a munição errada e por isso matou também o motorista Anderson Gomes. "O ângulo que eu tive para atirar pensei que atirava apenas na Marielle". Ronnie Lessa em depoimento nesta terça-feira (27) no STF Reprodução O ex-policial Ronnie Lessa disse, na tarde desta quinta-feira (29), que usou munição errada no atentado contra a vereadora Marielle Franco. Segundo ele, a intenção era apenas matar a vereadora do PSOL. "Eu não tinha intenção nenhuma de atingir o Anderson. O plano era matar a Marielle. O Anderson morreu atingido pelos disparos que dei na vereadora. Eu estava empregando munição errada", contou o ex-policial. Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos em 14 de março de 2018. A assessora Fernanda Chaves estava no carro, ao lado de Marielle, e sobreviveu. Este é o terceiro dia de depoimento de Ronnie Lessa no Supremo Tribunal Federal (STF). O assassino confesso de Marielle Franco responde nesta tarde a perguntas das defesas dos réus. O reconhecimento aconteceu enquanto Lessa respondia a perguntas do advogado Roberto Brzezinski, que defende Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e apontado pelas investigações como mandante do crime junto com o irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão. "Devia ter empregado a munição que usam para combater terrorista em voo. Com a munição que usei atingia o alvo, os outros em volta, a fuselagem e o avião caía", comentou. Escritos em código Em seu depoimento, Ronnie Lessa contou que antes de fazer a delação premiada fazia anotações em código. Os nomes eram identificados por pontos e ao lado o que representavam na história. Segundo ele, tinha medo de esquecer e do papel ser recolhido por agentes penitenciários federais. Era uma espécie de jogo da forca criado pelo ex-policial. "A revista era diária na cela. Tinha medo que alguém pegasse e desviasse. Colocava em pontos o número de letras dos personagens. Tanto que quando fui fazer a delação eu pedi um tempo, antes de falar, para preencher os nomes das pessoas", disse Lessa. De acordo com o ex-policial, as notas eram feitas no período em que ficava na cela. Segundo ele, o presídio federal disponibilizava 5 folhas de papel por semana para cada detento. Nos dias anteriores, o assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes respondeu a perguntas da Procuradoria Geral da República, de defensores públicos do RJ e de assistentes de acusação da família de Marielle, de Monica Benício, companheira da vereadora na época do crime e da assessora Fernanda Chaves, que estava no carro com Marielle. Ronnie Lessa começou a depor no STF nesta terça-feira (27). Por 5 horas, ele respondeu a perguntas do promotor Olavo Pezzotti, representante da PGR, na audiência. No primeiro dia de depoimentos, Ronnie Lessa falou que praticou o crime por ganância e que só pensava na recompensa que seria paga em dois terrenos avaliados em R$ 25 milhões. No segundo dia de depoimento, Lessa disse que a equipe da Delegacia de Homicídios era corrupta na época em que era coordenada pelo delegado Rivaldo Barbosa. Todos os casos, segundo ele, eram motivos para se pegar propina. Defesa de Rivaldo acusa Lessa de proteger alguém A defesa de Rivaldo disse que Lessa faz afirmações genéricas sobre o ex-chefe de polícia. Os advogados dizem que ele afirma que nunca testemunhou atos de corrupção de Rivaldo e, quando é instigado a nominar pessoas que teriam visto, ele cita testemunhas mortas. Por fim, a defesa acusa Lessa de estar protegendo alguém. Nesta quinta-feira (29), Lessa responde a perguntas feitas pelos advogados dos réus que respondem ao processo no STF e que trata sobre os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. Respondem a esse processo no STF: Chiquinho Brazão, deputado federal, e o seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Ambos são apontados como mandantes do crime. O delegado Rivaldo Barbosa, da Polícia Civil do RJ, é acusado de saber do crime antes da execução de Marielle Major Ronald Paulo Alves Pereira, denunciado pela PGR, por monitorar os passos da vereadora Robson Calixto Fonseca, o Peixe, assessor de Domingos Brazão, e apontado por sumir com a arma do crime. Após Ronnie Lessa, será a vez do ex-policial Élcio de Queiroz prestar depoimento. Ele foi o motorista do Cobalt usado no atentado contra Marielle. Élcio de Queiroz também teve o acordo de colaboração premiada, que fez, homologado pela Justiça.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/08/29/eu-nao-tinha-intencao-nenhuma-de-atingir-o-anderson-o-plano-era-matar-a-marielle-diz-lessa-no-stf.ghtml


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